Quando eu era um wrestler...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Devem estar se perguntando qual o motivo do título, o título é o nome de um "pensamento" que um dos leitores do Wrestlemaníacos fez e nos mandou. Gostei do texto e resolvi publicá-lo. O texto é de autoria do Rufio. Clique no "+" para ler o texto.

Quando era bem novo me lembro de um dia estar assistindo TV, um programa novo iria começar, a minha curiosidade era muita, uma vez que o homem que cuidava lá de casa (caseiro) e amigo Izídio falava que era ótimo.

Me esforcei para ler o título e se chamava "Telecatch", era todo sábado na hora do almoço.

Aquele programa aos sábados virou quase uma religião, cada vez mais me apaixonava pelos carismáticos personagens, eu ficava ansioso para ver o galã Ted Boy Marino quem arrancava suspiros das meninas do palco e até de minha mãe que se juntou a mim e ao meu amigo para assistir as lutas, o mais incrível era o sorriso dela e o brilho nos olhos, assim como a minha vibração e alegria, as vezes chegava ao extremo, eu ficava tão feliz que pulava do sofá torcendo pelos mocinhos, distribuía no colégio aos menos amigos, torpes e braços de ferro à torto e à direita.

Via heróis como Bala Prateada, Bob Léo, Ted Boy e sua "Magnífica" tesoura voadora derrotarem Aquiles, o Pirata Moses, Poderoso Neves, Barba Ruiva, O Belo, dentre outros, morria de medo da Invicta Múmia a qual tinha como seu ponto fraco: as costas. E estava invicta há 80 lutas.

Porém dentre tantos personagens fascinantes dois marcam as minhas memórias. Tínhamos o vilão que depois se arrependeu e virou mocinho, o Verdugo que tinha uma força abissal e mesmo com uma das pernas paralisadas arrebentava com seus adversários, e talvez a figura mais importante da Luta- Livre Brasileira de todos os tempos, além do Ted Boy, do Bob Léo e em menor escala Michel Serdan. Eu falo daquele que era o justiceiro mascarado. Fantomas era espetacular, admirado pelos mocinhos, detestado pelos vilões mas respeitados por todos.

Lembro de quando ele venceu o Moses e o mesmo queria revanche. Na revanche, Moses com a ajuda do juiz (que fingia não ver anda), surrou o justiceiro de forma que nenhum outro fizera, limão nos olhos, surras de cinto, cadeiradas, golpes baixos, eu chorava ao escutar o narrador falando que esse era o fim de Fantomas, minha mãe não queria me deixar assistir mais, assistir o meu herói ser derrotado de forma tão dramática.

Mas antes que ela me impedisse, já era tarde, aquele herói mascarado que me dera tantas alegrias estava no chão, derrotado, o vilão o Moses comemorava com o juiz corrupto sua baixaria; porém quando foi finalizar a luta, Fantomas levantou pegou o vilão em seus ombros e arremessou o mesmo no chão, surpreso, Moses levantou-se, mas nada parecia parar Fantomas que trocava socos com o vilão, Sococs pontapés, Snapmare, torpes (drop kicks), que felicidade a minha, quando parecia que Fantomas estava derrotado, eis que ele levanta e surra o vilão até a vitória! Eu pulava de felicidade e gritava ”Vai pega ele, pega ele!!”. O juiz fugira e Moses desistira do combate, Fantomas deu uma punição nos dois, e eu festejava como se aquilo fosse pra mim a minha vitória.

Até que um dia sentei no horário do programa, esperei, esperei e esperei, sem mais nem menos, meus heróis não apareciam mais, tive febre, chorei, tive raiva da TV.

Anos depois uma nova paixão ressurgia, eram “Os Gigantes do Ringue” onde muitos dos heróis da infância retornaram fora de forma mas ainda dispostos a darem um show. Porém muito do brilho tinha desaparecido, o Fantomas tinha sumido, Ted Boy estava velho, Bob Léo barrigudo, não tinha mais Verdugo e a Múmia continuava invicta após 132 lutas, o wrestling não era o mesmo e eu vi que tinha crescido, não me irritava mais com o juiz, me irritava com as lutas que nem tão emocionantes eram mais. Bob Jr. , o novo herói era um bom wrestler mas faltava algo, nem mesmo Moses e o poderoso Neves era os mesmos. Até que da mesma forma que da primeira vez, o programa saíra do ar sem explicações, mas eu entendi dessa vez.

A finada Rede Manchete (ai que saudades) veio com a “WWF”, aquela paixão por mais que não fossem os lutadores brasileiros, voltara, Izidio e eu reuníamos novamente para assistir, Shawn Michaels, Diesel, Bret Hart, Owen Hart, Jerry the King Lawler (sim ele ainda lutava essa época), Doink The Clawn, Yokazuna, Undertaker, Lex Lugger, Razor Ramon, trazer de volta aquela emoção de criança.
Tínhamos como narrador e comentarista Carlos Valadares e Bob Léo. Como era bom!

Lembro até hoje da emoção e os gritos de “Nãoooo! Não pode!” quando um juiz fingia que não via a irregularidade, o a eliminação de Diesel para perder o Royal Rumble para seu “amigo” Shawn Michaels, a decepção e lágrimas dos olhos ao ver Undertaker ser colocado em um caixão após sua luta histórica contra Yokozuna. Rir com 1 2 3 Kid roubando o saco de dinheiro de Razor Ramon. E gritar “É o fio da navalha!!!” junto dos anunciadores quando o mesmo Razor Ramon levantava seus oponentes com uma crucifix power bomb. Eu tinha uns 10 anos nessa época.

Meu irmão dizia que as lutas eram armadas mas eu não estava nem aí, adorava aquilo. Até que a manchete faliu a WWF saiu do ar também. Foi quando aquele menino que chorava vendo seus heróis apanhar, pulava ao vê-los bater começou a crescer e deixou de ser wrestler.

Quando eu era um wrestler, por Rufio.

15 comentários:

Anônimo disse...

Mtu bom texto

Anônimo disse...

Nooossa cara, gostei muito... bons tempos, saudades disso tudo, grandes wrestlers. Parabéns

Anônimo disse...

cara...me desculpa mais ja li esse texto antes(acho),...se nao foi ele foi um MUITO parecido no AWP ou No Galaxia não me lembro direito...^^

RS Bogo disse...

Adorei, adorei mesmo, parabéns Rufio, nosso grande acompanhador do blog

Johnny disse...

Só se o Rufio passou para algum desses blogs. Ele havia me passado um e-mail e depois conversamos um pouco e ele me disse que escrevia esses pensamentos e me mandou esse para eu ler

Anônimo disse...

anônimo das 22:20 sim teve um texto no galáxia sobre um fã que acompanhava wrestling mais esse esta muito diferente pois aqui se fala do wrestling brasileiro já lá no galáxia se fala no dos eua

Anônimo disse...

ótimo texto mtu bom mesmo me emocionei rs. estava louco para ver o final dai quand shego la e dexou de ser wrestler. shorei litrus :s óóóótimooo óóótimoooo óóótimoo texto

Anônimo disse...

Eu chorei...

Justiham disse...

Nossa cara otimo txt adorei relembrar isso tudo

Viтoя - тнє ρнєиσм † disse...

kra bem legaal , meu pai via tbm ele fika me dizendo as lutas históricas que tiveram naquela época!
eu fiko pensando... a luta livre naquela época devia ser muito emocionante e muito legaal!!!

Guerrero disse...

muito bom texto, deveria ficar esses textos do rufio, muito bom este

Mani Araujo disse...

Eu já li esses pensamentos em algum lugar, não me lembro onde...

Anônimo disse...

mto bom..



By:X-Pymd

Eddie Guerrero disse...

Poxa Rufio...
parabéns Cara...

Anônimo disse...

Galera obrigado.
Bom, se procurar na net, existem vários texotos , até fora de blogs (em sites) que falam sobre wrestling, brasileiro e dos EUA,
o texto q vcs falam é sobre o filho do costinha que também era fã do Fantomas,
a GRANDE diferença é q eu não conheci o Fantomas ao vivo, e além do torpes eu distibuia braços de ferro no colégio,
Lógico q os textos se parecem,
pois as emoções daquela época eram extremas, sem muita técnica ou muito dinheiro os wrestlers da época e pricipalmente os narradores (o Valadares é uma lenda pra mim) conseguiam fazer oq a wwe perdeu a um tempo,
nos deixar chorando e pulando de alegria no combate de nosso ídolos.
Talvez por isso sejam parecidos os textos,
mas digo, esse texto meu, foi escrito a um bom tempo atrás e não tinha lido qualquer texto para faze-lo.
Obrigado pelos elogios.

 

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